segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Bioma Cerrado

Diz-se que o Triângulo Mineiro é o Portal do Cerrado. Como nasci no município de Perdizes MG, para ser mais precisa no ( Km 32 da BR 452, que liga Uberlândia a Araxá), na Fazenda Capão Grosso, onde passei parte de minha infância, também em Uberaba MG, ambas são cidades localizadas no Triângulo Mineiro. Como se pode perceber faço parte do “Povo do Cerrado”, nossas vidas estão ligadas ao Cerrado e, de uma forma ou de outra, aos demais biomas identificados e abaixo mencionados. E por ter conhecido um cerrado ainda intacto, e olha que isso não faz tanto tempo assim, nasceu em mim uma preocupação muito grande por ser parte de um bioma que mais da metade de sua área não existe mais. Sabendo que o bioma cerrado como mostra acima e o segundo bioma em extensão no Brasil, e do desequilíbrio trazido por esta destruição, e também da incerteza do que ainda poderá vir em conseqüência deste desta destruição, resolvi passar algumas informações a respeito do bioma Cerrado.
Biomas ecossistemas são grandes áreas que reúnem diversos ecossistemas com características de fauna e flora semelhantes.
Segundo o Mapa de Biomas do Brasil, lançado, em 2004, pelo IBGE, juntamente com o Mapa de Vegetação do Brasil, em comemoração ao Dia Mundial da Biodiversidade, o do Cerrado é o segundo maior em extensão dos 6 biomas cartografados: “O da Amazônia se extende, aproximadamente por 4.196.943 Km², equivalentes a 49,29% da área total do território brasileiro; o do Cerrado, por 2.036.448 Km², isto é, 23,92% do mesmo território; o da Mata Atlântica, por 1.110.182 Km², equivalendo a 13,04%; o da Caatinga estende-se por 844.453 Km², ou seja, 9,92%; o do Pampa, por 176.496 Km², equivalentes a 2,07% do território nacional; o do Pantanal, com 150.355 Km², que correspondem a 1,76% dos 8.514.877 Km² da área total do Brasil”.

Enquanto todas as atenções estão voltadas para o desmatamento da Floresta Amazônica, o Cerrado brasileiro é devastado de forma lenta e silenciosa, para atender ao avanço de monoculturas que cada vez mais exigem a abertura de novas áreas para o plantio de espécies agrícolas e florestais. Um dos fatores que estimulam essa investida sobre o Cerrado é a posição estratégica dessas áreas, próximas aos grandes centros consumidores, e o relevo plano que facilita a mecanização, reduzindo os custos de implantação, manutenção e colheita.
Segundo pesquisas recentes realizadas pela Conservation International do Brasil, o bioma Cerrado corre o risco de desaparecer até 2030 se medidas urgentes não forem tomadas. Dos 204 milhões de hectares originais, 57% já foram completamente destruídos e a metade das áreas remanescentes estão bastante alteradas, podendo não mais servir aos propósitos de conservação da biodiversidade. Estima-se que o desmatamento anual nas áreas de Cerrado esteja entre 1,5 a 3,0 milhões.
A forma mais eficiente para a proteção dos recursos naturais é a sua conservação in situ. Isto consiste na manutenção das áreas intactas, mediante a criação de unidades de conservação, tais como parques nacionais, reservas biológicas, florestas nacionais e áreas de proteção ambiental, dentre outras. No Cerrado, infelizmente, o número de unidades de conservação é muito baixo, quando comparado com outros biomas, e essas, geralmente, são muito vulneráveis a ações antrópicas (fogo, desmatamento, caça e pesca).

A legislação ambiental brasileira é moderna, isso não é suficiente para fazê-la ser cumprida, controlar a pressão que o cerrado sofre, de crescimento das áreas urbanas, é uma tarefa muito difícil. Qualquer loteamento hoje tem que fazer um mapeamento ambiental mas a fiscalização é deficiente. A expansão agrícola também é um problema, e a restauração das áreas protegidas não está sendo feita de maneira contínua.
Vamos conservar nosso planeta, ainda dá tempo!!!
"O ser humano não é forte senão por meio da união, e não é feliz senão por meio da paz."(Honoré-Gabriel de Riqueti)